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"Pegue" a sua parte

30/11/2009 12:55

 Uma senhora estava orando desesperadamente na sala de sua casa. Era fim de tarde, e os últimos raios de sol entravam pela janela da sala, entre as rendas da cortina. Bem abaixo, próxima ao sofá, estava essa senhora, ajoelhada, chorando muito. Orava a Deus pelo filho que há dias não voltava para casa.

Era um adolescente problemático, como ela mesma o descrevia, que desde que completara 13 anos, não lhe permitira mais pregar o olho a noite. Já havia experimentado de tudo, de drogas à bebidas. Não queria saber de estudar ou trabalhar. Podia se ver que estava apenas tentando se encontrar, infelizmente através de coisas ruins e destrutivas. Mas nem sequer a mãe, que agora se afligia tanto por ele em sua oração, enxergava isso ao colocar os olhos no rapaz.

Ela se calou por alguns minutos, mas continou chorando. Sentiu um incômodo dentro de si, e falou com Deus:

- Deus, eu tanto orei para que o Senhor transformasse o meu filho, e tanto orei para que o trouxesse de volta, mas não vi nada acontecer. Nunca lhe questionei, mas agora eu quero saber, pois já não posso continuar orando em vão. Me diga por quê, por quê o meu filho continua da mesma forma? Por que o Senhor não me atendeu?

Nesse instante ouvi-se um ruído vindo do portão. O rapaz estava de volta. Visivelmente abatido, mal se agüentava em pé. Ele parou diante da porta da entrada, e começou a chorar. Estava cansado da vida que levava, estava cansado de fugir e relutar contra a ética e os bons costumes. Desejava acertar sua vida, desejava recomeçar! Então sua mente reviveu a cena da morte do amigo naquela Rave de dois dias atrás... overdose de drogas e bebidas. Amigo de infância, era-lhe como um irmão. Lembrou-se dos momentos em que seu mundo lhe pareceu desabar, pois foi a este amigo que recorreu e com sua companhia se sentiu confortado. Um cara brilhante, cheio de sonhos, mas acorrentado ao chão pelos vícios. Um cara brilhante que agora não existia mais! Tudo isso pesava-lhe na mente e no coração. Como se sentia arrependido e culpado por não ter tido condições de ajudar a seu amigo tão querido! Sentimento tal que o levara, na noite anterior, a entrar numa igreja; e como foi tocado por tudo o que ouviu! Estava diferente! Sentia-se disposto a voltar e recomeçar! De fato, sua volta para casa era o primeiro passo. Agora enxugava as lágrimas, com os olhos fixos na maçaneta. Ia entrar e anunciar à mãe tudo o que havia acontecido... tudo agora iria ser diferente! De repente a porta se abriu, causando-lhe um tremendo susto. A mãe já se pôs a gritar, a ofendê-lo e xingá-lo, sem lhe dar direito de pronuncia. Era-lhe um vagabundo... estava cega de raiva, queria corrigí-lo a bofetadas, e não via que na verdade seu filho era apenas um ser humano. Quando finalmente se sentiu esgotada por tanto gritar e lhe dar tapas e pontapés, o filho olhou-a profundamente, sem nada dizer, e seu olhar era como de um morto. Ela sentiu seu interior estremecer, e o viu se levantar, caminhando moribundo. O rapaz abriu a porta da sala, e saiu; em sua mente, agora passara a crer que só lhe restava se juntar ao amigo já sepultado.

- O Senhor não fez nada, Deus! Nada! - dirigiu-se a senhora à Deus, totalmente descontrolada.

E Deus, de prontidão, lhe respondeu: - Eu fiz tudo! Tudo o que estava ao meu alcance! Eu trouxe seu filho de volta diversas vezes, Eu mesmo lhe toquei o coração para que enxergasse a situação em que vivia; e sempre você o fazia se sentir sem valor! Você destruiu em poucos segundos o que levei uma vida para fazer! Como pode querer que Eu transforme seu filho, se você mesma não lhe dá um voto de confiança? Como pode querer que Eu o cure, se você mesma o magoa, fere, e o afasta? Você mata a vida que Eu coloco dentro dele! Você me busca em oração, mas não age por meus princípios! Não me peça para arcar com uma situação que você causou! Eu dou livre-arbítrio a todos os seres viventes, não interfiro em suas rotinas, e o que eles fazem entre si e para si determina o rumo de suas vidas!

É tão cômodo orar e "largar tudo nas mãos de Deus"; mas Deus não "pega" aquilo que cabe a nós fazer e resolver. 

Deus atua em tudo aquilo que foge às limitações humanas; mas em se tratando de convivência, relacionamento, comportamento e similares, fica totalmente nas nossas mãos!

Devemos buscar auto-controle para não desmotivarmos pessoas, nem destruirmos futuros. Devemos deixar de lado a ignorância de avaliar uma situação ou pessoa pela aparência, buscando nos aproximar, para entender realmente o que acontece e poder ajudar!

Não existem problemas mais importantes nem problemas menos importantes, só problemas diferentes; faz sentido já que cada um é cada um, e cada um tem uma vida própria e particular.

Vamos orar e cuidar para que não anulemos a força de nossa oração. Deus faz a parte dele, e atende nossas orações; nós precisamos fazer a nossa parte, observando onde estamos errando ao ponto de certas coisas não saírem ou voltarem sempre ao mesmo lugar.

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